27/07/2024 00:01

É hora de sair da renda fixa? Veja quais são os desafios da economia global

Nos últimos tempos, o cenário econômico tem passado por mudanças significativas com a redução da taxa básica de juros no Brasil e eventos marcantes no mercado internacional. Descubra por que essas transformações estão impactando seus investimentos e como se preparar para enfrentar os desafios econômicos atuais. Além disso, saiba mais sobre as preocupações nos Estados Unidos e na China e como elas afetam a economia global. Leia mais para tomar decisões financeiras informadas!

É hora de considerar sair dos investimentos de renda fixa?

Selic caiu pela primeira vez após três anos. No dia 2 de agosto, após sete reuniões consecutivas mantendo a taxa inalterada, o Comitê de Política Monetária (Copom) surpreendeu o mercado ao decidir reduzir a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, levando-a para 13,25% ao ano. Além disso, sinalizou a possibilidade de mais reduções dessa magnitude nas próximas reuniões.

A decisão do comitê foi tomada por uma margem de apenas um voto de diferença, divergindo das expectativas que apontavam para um corte de 0,25 ponto percentual.

“O Copom avaliou a alternativa de reduzir a taxa básica de juros para 13,50%, mas considerou ser apropriado adotar ritmo de queda de 0,50 ponto percentual nesta reunião em função da melhora do quadro inflacionário”, afirmou o comitê.

Apesar da queda das taxas de juros e das mudanças no cenário econômico, CDBs continuam a se destacar como um investimento atrativo. Atualmente, os CDBs com 100% do CDI estão oferecendo rendimentos em torno de 13,15% ao ano, o que é bastante competitivo. Os CDBs ainda proporcionam uma opção sólida para os investidores que buscam equilíbrio entre rentabilidade e segurança em seus investimentos em renda fixa.

Pagbank recebe nota máxima da S&P Global Ratings

Em meados de agosto, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings atribuiu ao Banco Seguro S.A (Pagbank) a nota ‘brAAA’, com perspectiva estável. Essa classificação reflete a sólida estrutura de negócios do banco, com expectativa de que seus fundamentos de crédito permaneçam estáveis nos próximos 12 meses.

No comunicado, a S&P Global afirmou: “[…] consideramos que o grupo possui uma posição consolidada no ramo de serviços de pagamentos no Brasil e uma forte estrutura de capital […]”.

IPCA-15: Prévia da inflação registra alta em agosto

Inflação sobe em agosto. O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que serve como prévia da inflação oficial do país, apresentou um aumento maior do que o esperado em agosto, impulsionado principalmente pelo aumento nos preços da energia elétrica, que registrou uma alta de 4,59% devido ao fim da incorporação do bônus de crédito da usina de Itaipu. Em agosto, o índice subiu 0,28%, interrompendo uma sequência de desaceleração que vinha desde maio de 2022, quando houve deflação de 0,07%.

No acumulado de 2023, o IPCA-15 possui alta de 3,38% e, nos últimos 12 meses, a inflação alcança 4,24%. De acordo com o relatório Focus, os especialistas projetam uma inflação de 4,92% para 2023 e 3,88% para 2024.

Queda da Selic não impulsiona a Bolsa

Apesar da redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a Bolsa de Valores registrou queda. Isso indica que o mercado já havia precificado a diminuição dos juros e que outros fatores negativos do cenário internacional pesaram mais na decisão dos investidores.

Agosto foi um mês desafiador para aqueles que esperavam uma continuação do rali positivo na Bolsa brasileira, que havia registrado um aumento de quase 20% nos quatro meses anteriores, de abril a julho deste ano.

A reviravolta foi marcada por um recorde de quedas. Foram 13 pregões consecutivos em baixa, culminando em uma queda de 5,09% no índice, que fechou o mês em 115.741 pontos.

Muito se falou sobre a saída de capital estrangeiro durante o mêscom resgates líquidos atingindo R$ 8,6 bilhões no meio de agosto e chegando a R$ 9,7 bilhões até o dia 29, marcando o pior desempenho de fluxo de capital estrangeiro em 2023. Essa saída de capital teve um impacto direto na taxa de câmbio, que subiu de R$ 4,72 para R$ 4,95.

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Taxação de fundos exclusivos

Em 28 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou uma medida provisória que prevê a taxação de fundos exclusivos. Essa medida implica a cobrança de imposto antecipado nesses fundos duas vezes ao ano, em maio e novembro, por meio do sistema chamado “come-cotas”, um modelo de cobrança já utilizado em diversos fundos de investimentos disponíveis no mercado.

O objetivo do governo com essa taxação é compensar as perdas de arrecadação resultantes do aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda. Estima-se que essa medida gere uma arrecadação de R$ 24 bilhões até 2026.

Nota ruim para a Casa Branca

Não apenas no Brasil, mas também nos Estados Unidos, surgiram notícias preocupantes. No início do mês, a agência de classificação de risco Fitch Rating rebaixou a nota de risco dos Estados Unidos de triplo A para AA+. A Fitch alega que o país terá maior dificuldade em pagar suas dívidas nos próximos anos.

A importância de manter os riscos sob controle é destacada pelo fato de que os investidores usam as classificações de crédito para avaliar o risco ao investir em empresas e governos.

Quanto menor a nota, maior a exigência dos investidores por retornos. Com o rebaixamento dos Estados Unidos, as treasuries, títulos públicos americanos, registraram uma curva de juros estressada. Isso significa que o mercado precificou um aumento nos juros de longo prazo nos EUA.

Com isso, o cenário econômico americano, que tinha expectativa do mercado por um “pouso suave”, sofreu turbulências em agosto, e o estresse nos juros atingiu níveis não vistos desde 2007, antes da crise do subprime que afetou os Estados Unidos e grande parte do mundo em 2008.

É a crise de 2008 tudo de novo?

Recentemente, uma grande empresa de investimentos chinesa deixou de pagar três empresas do país, o que aumentou o receio de que uma queda no mercado imobiliário possa desencadear uma crise financeira semelhante à de 2008, conhecida como o “momento Lehman”.

A empresa envolvida é a Zhongrong Trust, que administra mais de US$ 87 bilhões em fundos de clientes corporativos, que possui operações nos setores financeiro, de mineração e veículos elétricos. O não pagamento de cerca de US$ 15 milhões pela empresa e outros descontentamentos geraram preocupações nos mercados e levou a protestos de investidores descontentes na porta da empresa.

Até onde vai a crise na China?

O cenário pós-covid na China está abaixo das expectativas globais e brasileiras. Após um grande estímulo econômico concedido em abril deste ano, e outro anunciado no final de agosto, o crescimento do PIB chinês no segundo trimestre foi de apenas 0,8% em relação ao trimestre anterior, com um avanço anual de 3,2%, o mais baixo em décadas.

Outra preocupação está relacionada ao setor imobiliário chinês. A gigante imobiliária chinesa Evergrande entrou com um pedido de proteção contra falência em 17 de agosto. A empresa acumula uma dívida de aproximadamente US$ 300 bilhões, reavivando as preocupações que surgiram em 2021.

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