Em Lisboa, Zema classifica ataque em Brasília como ‘ato isolado’ e defende avanço do PL da Anistia

Governador de Minas também comentou sobre o resultado da eleição para prefeito em Belo Horizonte e seus planos para o pleito de 2026

Em Lisboa até este sábado (16 de novembro), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), classificou o ataque a bombas em Brasília, na quarta-feira (13 de novembro), como um “ato isolado” de uma pessoa em “desequilíbrio emocional”. Ele também falou que o fato “acaba sendo usado como argumento político” para impedir que o projeto que pretende anistiar presos por participação ou financiamento nos ataques de 8 de janeiro tramite na Câmara dos Deputados, mas diz acreditar que o “bom senso” vai prevalecer. A declaração foi dada ao jornal português Público.

“Eu interpreto esse fato como um ato isolado, como, eventualmente, temos alguns loucos que disparam armas em escolas e em locais públicos. Foi um ato de alguém em profundo desequilíbrio emocional”, avaliou Zema.

“Pelo que vi até o momento, não se trata de nenhum movimento, de nenhum grupo, e, sim, de uma pessoa em total desequilíbrio, que provocou essa tragédia”, acrescentou o governador, que foi à capital portuguesa participar de iniciativas oficiais do Estado.

Sobre o fato do autor do ataque ter sido candidato a vereador em Santa Catarina pelo PL, em 2020, disse que “nenhum partido está isento de ter um louco entre os possíveis candidatos” e ressaltou que “não existe um exame de sanidade mental para poder se candidatar”. “Temos detidos e incriminados concorrendo como candidatos a vereador em todos os partidos”, afirmou.

Questionado se as explosões podem abortar o PL da Anistia, disse que “um fato como esse acaba sendo usado como argumento político”. “Mas acho que vai prevalecer o bom senso, e acredito que vão ver, quando levantarem mais detalhes do histórico da pessoa responsável pelas explosões, que realmente é alguém em um momento de profundo desequilíbrio”.

Insucesso na capital mineira

Zema também comentou as eleições para prefeito de Belo Horizonte, onde seus candidatos foram derrotados no primeiro e no segundo turnos. Sobre o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), derrotado ainda no primeiro turno, Zema associou o insucesso ao uso da imagem do ex-prefeito Alexandre Kalil (sem partido) na campanha. “O candidato que estava em primeiro lugar foi o que o apoiei inicialmente, o deputado Mauro Tramonte. Ele fez muito uso da imagem do ex-prefeito, que veio antes de Fuad Noman, e acho que isso abriu espaço para que a candidatura do Fuad se concretizasse”, avaliou.

O prefeito Fuad Noman foi reeleito no segundo turno contra o deputado estadual Bruno Engler (PL), que recebeu apoio público do governador na última semana de campanha. “Transferência de votos é algo extremamente complexo. Mas tivemos prefeitos eleitos em cidades importantes com nosso apoio, como Uberaba, Uberlândia, Patos de Minas, Montes Claros e diversas outras”, disse o governador.

Sobre as próximas eleições, em 2026, declarou novamente que quer eleger o vice-governador, Mateus Simões (Novo), e que pretende participar ativamente do pleito para presidente da República. “A minha perspetiva para 2026 é fazer meu sucessor em Minas Gerais, que é o Professor Mateus, meu vice-governador, e participar ativamente da eleição presidencial, não sei ainda como candidato, vice ou apoiando alguém”.

“O que eu quero é um candidato bom para o cargo de presidente da República. Não tenho nenhum plano pessoal para mim. Quero um plano bom para o Brasil, e a minha participação será aquela que contribuir mais”, afirmou Zema ao jornal português.

fonte O Tempo