Ex-presidente do Peru é condenado a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro no caso Odebrecht
O ex-presidente do Peru, Ollanta Humala, foi condenado nesta terça-feira (15) a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, em decorrência do recebimento de recursos ilícitos da construtora brasileira Odebrecht durante sua campanha presidencial em 2011. A ex-primeira-dama Nadine Heredia, esposa de Humala, recebeu a mesma sentença.
Segundo o tribunal, o casal recebeu os fundos por meio do Partido Nacionalista Peruano, em uma operação que visava ocultar a origem ilegal do dinheiro usado na disputa eleitoral contra Keiko Fujimori. A condenação é parte das investigações do escândalo de corrupção envolvendo a Odebrecht, atualmente chamada de Novonor.
Durante o julgamento, que se estendeu por três anos após o início das investigações em 2016, Humala negou as acusações e alegou ser vítima de perseguição política. Mesmo com a possibilidade de recurso, a prisão será imediata. A leitura completa da sentença será concluída nos próximos dias.
Humala, que presidiu o país de 2011 a 2016, deverá cumprir a pena em uma base policial que abriga outros ex-líderes peruanos presos por corrupção, como Alejandro Toledo e Pedro Castillo. O local também foi onde Alberto Fujimori esteve detido até sua libertação em 2023.
Humala é o segundo ex-presidente peruano a ser preso e o quarto implicado no caso “Lava Jato”. A operação revelou um esquema de subornos que envolveu diversos governos latino-americanos. A Odebrecht admitiu ter pago propinas em larga escala em troca de contratos públicos ao longo de quase três décadas. O ex-presidente Alan Garcia cometeu suicídio em 2019, ao ser alvo de um mandado de prisão relacionado ao mesmo escândalo
