26/07/2024 23:56

Ministério Público Federal arquiva inquérito que investigava Anderson Torres

Investigação sobre possível negligência durante os acontecimentos criminosos do dia 8 de janeiro foi encerrada, conforme decisão do Ministério Público Federal (MPF)

O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, permanece sob investigação em outro processo conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O inquérito civil, conduzido pelo MPF, que visava apurar a suposta omissão de Anderson Torres durante os eventos do dia 8 de janeiro, foi encerrado. O procurador responsável pelo caso, Carlos Henrique Martins Lima, argumentou que, embora tenha sido identificada uma possível falha nos serviços de inteligência dos órgãos de segurança pública, não foi observada uma conduta deliberada por parte de Torres para facilitar os atos criminosos.

Na época dos ataques às sedes dos Três Poderes, Torres ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Ele foi detido por quatro meses e permanece utilizando tornozeleira eletrônica.

O MPF justificou o arquivamento destacando que os órgãos de segurança previam uma adesão reduzida ao movimento nos dias que antecederam os eventos criminosos e que houve uma mudança abrupta no perfil dos participantes na véspera do dia 8. O procurador concluiu que o secretário de Segurança não tinha recursos suficientes para evitar as graves consequências das invasões.

Documentos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional, que investigou os ataques de 8 de janeiro, foram incluídos no processo. Segundo o MPF, os relatórios não continham evidências suficientes para incriminar o ex-ministro.

Apesar da decisão do Ministério Público, Torres continua sendo investigado em um inquérito do STF.

Em outra frente, o Ministério Público Federal também encerrou o inquérito civil contra Marília Alencar, delegada da Polícia Federal e ex-subsecretária de inteligência durante o mandato de Anderson Torres como secretário de Segurança do Distrito Federal. No entanto, o arquivamento precisa ser aprovado pelas Câmaras de Coordenação e Revisão (CCRs) do MPF.

A defesa de Torres, em comunicado, expressou confiança na Justiça, destacando a independência funcional e o alto nível técnico do Ministério Público Federal como fatores determinantes para demonstrar a inocência do ex-ministro em relação aos eventos de 8 de janeiro.

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