Secretário de Segurança e ex-inspetor da GCM estão entre os condenados por furtos a comércios
O Ministério Público de São Paulo investiga a formação de uma milícia composta por guardas civis municipais de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo. Segundo a denúncia, ao menos cinco integrantes da GCM teriam atuado entre 2019 e 2023 em uma estrutura criminosa voltada para furtos, extorsões e uso indevido da função pública.
Entre os denunciados estão Sandro Torres Amante, atual secretário de Segurança Pública da cidade, e Gutembergue Martins Silva, guarda afastado que continua recebendo salário. Ambos foram condenados por furto qualificado, após levarem R$ 28 mil e 57 kg de carne de dois açougues. Mesmo assim, Sandro foi nomeado secretário em dezembro de 2023.
De acordo com o Gaeco, os agentes usavam a estrutura da GCM para facilitar crimes, desviando câmeras de segurança, atuando em parceria com empresas privadas e até extorquindo comerciantes em troca de suposta proteção.
Testemunhas relataram que o grupo oferecia serviços de segurança para evitar crimes que eles mesmos ajudavam a organizar. A tática seria “criar a dificuldade para vender a facilidade”.
A Justiça não aceitou, por enquanto, a acusação formal de milícia, mas outros crimes seguem sob investigação. O procurador Nadir Campos considera grave o fato de condenados estarem à frente da segurança da cidade.
A prefeitura afirma que não foi oficialmente notificada sobre a condenação do secretário e diz que ele é servidor público há 30 anos. Sandro nega as acusações e aguarda julgamento em terceira instância.