Tem sido frequente noticiarmos que algumas montadoras baixaram os preços de alguns modelos. Foi o caso da BYD, por exemplo, que reduziu o valor dos SUVs Yuan Plus e Song Plus em R$ 40 mil. Também teve a Mitsubishi dando descontos expressivos para Eclise Cross, L200 e Pajero Sport, além de outros exemplos. O reflexo disso é a desaceleração no crescimento do preço médio dos carros novos vendidos no país — ainda que o valor tenha aumentado bastante nos últimos anos.
Segundo estudo da consultoria Jato, o valor médio dos carros novos é de R$ 140.134 atualmente. No ano passado, esse valor tinha fechado em R$ 130.851. Portanto, está 7,1% mais alto e é o dobro do valor do automóvel zero-quilômetro de entrada do Brasil, o Renault Kwid (R$ 69.990).
Ainda assim, essa é a menor alta desde 2019, quando o preço médio tinha subido somente 2,8% (de R$ 73.842 para R$ 74.650). No ano seguinte, por exemplo, o salto foi de 13%. Em 2021, o número aumentou 29,6%. Nesse caso, a maior alta do registro histórico.
Por outro lado, em 2022, a tendência já era de queda no crescimento, com o preço médio aumentando 16,9%. Desta forma, o levantamento também aponta que, em cinco anos, o valor médio do carro novo no Brasil saltou assustadores 89,8%.
“Aumentos de preços na indústria automotiva também foram observados em todo o mundo no período pós-pandemia, mas de uma forma mais substancial e abrupta no Brasil, decorrente da alta desvalorização de nossa moeda até o ano de 2022. A falta de semicondutores direcionaram as vendas para os veículos de valor agregado superior, elevando o ticket médio”, explica Milad Kalume Neto, consultor da Jato.
Segundo ele, os veículos também tiveram seus preços elevados pela oneração da cadeia logística e pela estratégia das marcas em sair dos veículos de entrada, de baixo valor agregado, migrando para os veículos intermediários ou superiores. O consultor também aponta para o desenvolvimento tecnológico dos carros como fator de aumento dos preços.
“O veículo foi submetido a novas regulamentações governamentais, como aquelas relacionadas a emissões e a segurança, ou mesmo aquelas demandadas pelo consumidor, como os sistemas de entretenimento, ar-condicionado e outros equipamentos que passaram a ser encontrados até nos veículos de entrada”, diz.
Fonte: autoesporte