Saraiva (SLED4) declara falência: o que acontece com as ações e como ficam os acionistas?

Após cinco anos em recuperação judicial, rede de livrarias pede falência e investidores tendem a tomar prejuízos

A livraria Saraiva (SLED4) pediu falência nessa quarta-feira (4), após cinco anos em recuperação judicial. Fica a dúvida, para quem tem ações da empresa, sobre o que acontece agora.

As notícias não são as melhores. De acordo com Andréa Seco, sócia do escritório Almeida Advogados e especialista em contencioso cível, com a apresentação do pedido de autofalência junto ao Poder Judiciário, cresce a possibilidade de que seja decretada no curto prazo.

“Caso isso ocorra, tem início a fase de arrecadação e liquidação dos bens da empresa. Os acionistas não têm qualquer prioridade no recebimento de créditos e entram no final da lista para quaisquer pagamentos. Infelizmente, as chances de reaver qualquer valor pelo capital investido são bastante remotas”, explica.

Em outros casos, como da MMX, mineradora do empresário Eike Batista, a falência foi decretada pela Justiça. Não houve pedido por parte da companhia, que recorreu.

Durante todo o processo, no entanto, as negociações das ações na Bolsa foram interrompidas – não antes de a mineradora perder 30% do seu valor de mercado no pregão do dia 19 de maio de 2021, o último em que seus papéis foram operados.

No caso da Saraiva, como foi a própria empresa que fez o pedido, a Justiça avaliará a possibilidade da falência e dificilmente haverá qualquer recurso da decisão. Até lá, a negociação das ações também ficará suspensa na B3.

Retornos aos acionistas da Saraiva

Segundo Andréa, mesmo se os acionistas tiverem a sorte de alcançar algum retorno, os valores devem ser baixos, bem inferiores à quantia investida.

“Na prática, o que ocorre é que o acionista deixa de ser titular de um título de participação e passa a ser mero titular de um crédito sem qualquer preferência”, diz.

Fonte Infomoney