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Feliz Natal!!!

Suplicy trata doença de Parkinson com óleo de Cannabis de Pernambuco

O deputado Eduardo Suplicy e Hélida Lacerda, presiente da Associação Aliança Medicinal, em Olinda Imagem: Reprodução/Instagram @eduardosuplicy… - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/josmar-jozino/2023/11/16/eduardo-suplicy-trata-mal-de-parkinson-com-oleo-da-cannabis-de-pernambuco.htm?cmpid=copiaecola

Portador da doença de Parkinson, o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT/SP) pegou o mercado de cannabis do Brasil de surpresa e se filiou à Associação Aliança Medicinal, em Olinda (PE), para tratar da doença com o óleo do Nordeste. Ele é o sócio número 4.200 da entidade sem fins lucrativos.

O parlamentar se associou no último sábado (11), um dia depois de participar do 1º Simpósio de Cannabis Medicinal e Direito, realizado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Pernambuco. Após a filiação, a Aliança ganhou mil seguidores no Instagram e a central de atendimento congestionou.

Em setembro, Suplicy tornou público estar sofrendo da doença de Parkinson e que se tratava com o óleo de cannabis importado. O deputado mudou de ideia e passou a usar o produto nacional ao ouvir o testemunho de Hélida Lacerda, 47.

Ela é fundadora e presidente da Aliança Medicinal e contou a Suplicy a história de seu filho, Anthony Lacerda, diagnosticado aos sete anos com ataxia progressiva — lesão no cérebro que provoca as perdas da coordenação da marcha, movimentos das mãos e dos olhos e distúrbios da fala.

Segundo Hélida, o quadro de saúde do filho piorou com o passar do tempo e ele chegou a ter 80 convulsões por dia. As crises caíram para cinco com o uso do medicamento, mas ela continuava sem recurso para pagar o óleo.

Medo da polícia

Foi aí que Hélida resolveu plantar a maconha em casa e produzir o óleo. Ela fez curso sobre o cultivo e extração da erva e ganhou uma “estufinha” com oito pés de maconha. A plantação cresceu justamente no quarto do filho, em uma casa na periferia de Olinda, em Pernambuco.

Anthony, com o avanço da doença, já vivia na cama. Hélida narrou a Suplicy que tinha receio de ser responsabilizada criminalmente por cultivar a maconha.

“Medo da polícia eu tinha, mas era a vida do meu filho, e mãe é mãe.”
Hélida Lacerda, presidente da Associação Aliança Medicinal.

Em 2020, ela conheceu o engenheiro agrônomo Ricardo Hazin, que já pesquisava sobre formas de cultivo de cannabis para fins medicinais. Ambos fundaram a Aliança. Ricardo é o diretor-executivo, e desenvolveu o plantio em contêineres.

Juntos, eles conseguiram duas vitórias no TRF-5 (Tribunal Regional Federal da 5ª Região), de Pernambuco, autorizando assim o plantio, cultivo, extração do óleo e dispensa do remédio… – Dois vidrinhos

A associação é localizada na Vila Popular, em Olinda. A entidade presta assistência para introdução à terapêutica canábica. Também acolhe pacientes em busca da promoção de qualidade de vida, desenvolvendo ainda ações integradas e preventivas.

Após duas horas de conversa com Hélida e conhecer toda a estrutura da Associação, Suplicy decidiu se associar. Como já tem prescrição médica, bastou apresentar documentos complementares e preencher uma ficha. O deputado saiu de lá com dois vidrinhos do óleo de cannabis.

Logo depois, o deputado postou no Instagram uma foto com Hélida e elogiou a coragem dela. No simpósio, Suplicy havia defendido a produção e comercialização do medicamento no Brasil e o fim dos entraves jurídicos e ameaças de fechamento feitos às associações sem fins lucrativos.

Suplicy também criticou a lentidão da Câmara dos Deputados, que há dois anos mantém engavetado o projeto de lei 399 que prevê a regulamentação do plantio de cannabis.

“Está mais do que na hora do presidente da Câmara, Arthur Lira, colocar em votação o recurso ao PL 399, que regulamenta o plantio de cannabis e que está engavetado há dois anos. É fundamental garantirmos o acesso à cannabis para todas e todos brasileiros. O direto à saúde está previsto na Constituição. Chegou a hora de avançarmos nesta questão”

O estado de Pernambuco, apontado como um dos maiores produtores de maconha no Brasil, graças ao “Polígono da Maconha”, no alto sertão, pode se tornar um forte fabricante do remédio, quando o plantio de cannabis para fins medicinais for regulamentado no país.

Fonte: Uol