Por Francisco Leandro
Reportagem especial natalina, 24 de dezembro de 2025
Em uma era sem ultrassons, pré-natal moderno ou chá de revelação para celebrar o gênero do bebê, Maria e José enfrentavam o nascimento de seu filho com incertezas profundas.
Não houve chá de bebê com amigos, nem rede de apoio familiar próxima – o casal estava sozinho em uma viagem forçada pelo censo romano, longe de casa.
Maria, uma jovem grávida, não contou com exames de imagem para monitorar o desenvolvimento do filho; tudo dependia da fé e da providência.
José, carpinteiro humilde, buscava um lugar digno, mas acabou em uma estrebaria, onde Jesus nasceu envolto em faixas e deitado em uma manjedoura.
A Perseguição que Começou Antes do Nascimento
Jesus foi perseguido desde antes de nascer.
A profecia do Messias ameaçava o rei Herodes, o Grande, um governante paranoico e cruel.
Alertado pelos magos sobre o “rei dos judeus”, Herodes ordenou a Matança dos Inocentes: o assassinato de todos os meninos com até dois anos em Belém e arredores. Estimam as tradições antigas (como 14.000 ou até 144.000 em liturgias medievais), tratando-se de uma tragédia horrenda, símbolo do abuso de poder contra os mais vulneráveis.
Avisados por um anjo, Maria e José fugiram para o Egito com o bebê, tornando-se refugiados.
Nessa fuga, a Sagrada Família viveu como apátridas por um tempo: apátrida significa uma pessoa sem nacionalidade reconhecida por nenhum Estado, sem direitos plenos de cidadania, proteção legal ou pertencimento.
Jesus, o Messias, experimentou essa condição de desterro e vulnerabilidade.
Hoje, segundo dados da UNHCR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) de meados de 2025, há pelo menos 4,4 milhões de pessoas apátridas no mundo – e estima-se que milhões a mais não sejam contabilizados.
Aproximadamente um terço delas são crianças, nascidas sem acesso a nacionalidade por leis discriminatórias, conflitos ou falhas burocráticas.
Os Visitantes Inesperados e a Solidão do Momento
Os únicos visitantes registrados foram os três reis magos, guiados por uma estrela, que trouxeram ouro, incenso e mirra – dons simbólicos de realeza, divindade e sacrifício.
Sua chegada destacou a universalidade da mensagem, mas também a solidão da família: sem multidão, sem festas, apenas fé em meio ao perigo.
Reflexão: Cuidado com os Filhos e o Legado Eterno
Há mais de 2.000 anos, essa história nos ensina sobre o cuidado parental em meio à adversidade.
Maria e José protegeram Jesus com coragem, fugindo de perigos reais – um exemplo de resiliência que ecoa em pais modernos enfrentando guerras, migrações e desigualdades.
O legado de gerações se constrói no amor diário, na proteção aos vulneráveis e na transmissão de valores como esperança e justiça.
Jesus, salvo daquela perseguição, transformou o mundo com ensinamentos de paz e redenção.
Neste Natal, reflitamos: cada criança merece proteção, nacionalidade e futuro.
Que sejamos como José e Maria, vigilantes pelo bem dos filhos, plantando sementes para gerações melhores.
Desejamos um Feliz Natal a todos os amigos, familiares e leitores do 12 NEWS! Que a paz do Menino Jesus ilumine seus lares e corações.







